quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Entenda o sono do recém-nascido


1. O que acontece enquanto o bebê dorme?
“O sono é dividido em ciclos e fases. A primeira fase, quando saímos da vigília, é conhecida como sonolência – período em que o organismo libera melatonina, uma substância indutora de sono, produzida no cérebro. Na segunda fase, conhecida como sono leve, podemos observar a diminuição dos batimentos cardíacos e da respiração – é quando os músculos relaxam e a temperatura do corpo cai. Nesse momento, muitas crianças (e também adultos) dão pequenos trancos para, posteriormente, relaxar a musculatura. Na terceira e quarta fases, que correspondem ao chamado sono profundo, é liberado o hormônio do crescimento, além de outros, como o cortisol. Depois, o organismo entra na fase REM (rapid eye moviment – movimento ocular rápido), quando ocorrem os sonhos. Essas fases formam ciclos que se repetem durante a noite”, detalha Renata Soifer, psicóloga, de São Paulo, e autora do livro O Sono do Meu Bebê (CMS Editora).
2. O sono do recém-nascido é diferente do de um bebê maior?
“Sim, ele é bem distinto, se comparado ao de outras idades. No recém- nascido, o ciclo do sono é regulado, principalmente, pelas sensações de fome e saciedade, e não pela alternância de claro e escuro”, explica Carlos Augusto Takeuchi, neuropediatra do Hospital Infantil Sabará, de São Paulo. !Assim, um recém-nascido alimentado com leite materno irá acordar mais vezes do que outra criança que recebe alimentos sólidos. Por fim, mesmo que o recém-nascido durma muitas horas por dia, não existe uma distribuição uniforme dessas horas de sono”, completa Takeuchi.
3. É preciso ensinar o bebê a diferença entre dia e noite? Como fazer isso?
“Sim, é importante mostrar para o bebê, desde cedo, a diferença entre dia e noite. É bem fácil, basta deixar que entre luz natural no ambiente onde o bebê está dormindo durante o dia e, à noite, deixe-o no escuro, ou com uma lâmpada bem fraquinha”, ensina Renata.
4. Quando o choro noturno, nos primeiros dias, é motivo para preocupação?
“Se o bebê está com dificuldade para dormir, é preciso averiguar se não existem doenças como asma e refluxo gastroesofágico, que podem se manifestar quando a criança fica deitada. Sempre que tiver alguma dúvida, pergunte ao pediatra”, orienta Takeuchi.
5. O que fazer para melhorar a qualidade do sono?
“Criar um ambiente com o conforto do contato físico, pouca luz, embalo, uso de músicas suaves ou que simulam os sons uterinos… Conversar com o bebê ou cantar suavemente para que ele possa ouvir a tão familiar voz materna e a das pessoas que já faziam parte da vida da mãe, antes que ele nascesse… Tudo o que possa lembrá-lo do período gratificante do útero vai ajudar a acalmá-lo e proporcionará a certeza de que, aqui fora, existem também vivências positivas e agradáveis”, explica Renata, no livro O Sono do Meu Bebê.
6. É possível estabelecer rotina com um recém-nascido?
Durante os primeiros meses de vida, é difícil estabelecer uma rotina porque o ritmo do bebê é pontuado pela alimentação e pelas trocas de fralda. “Um bebê que mama no peito acorda a cada duas horas, enquanto aquele que recebe leite em pó costuma despertar de quatro em quatro”, explica Renata. Vale lembrar que o leite de fórmulas não sustenta por mais tempo, como alguns acreditam. Ele apenas tem uma digestão mais lenta.
7. O bebê recém-nascido dorme quantas horas por dia?
O tempo de sono varia de uma criança para a outra, mas um recém-nascido dorme, em média, 17 horas por dia.
8. Quando o bebê deve sair do quarto dos pais?
“O ideal é que o bebê já tenha o próprio quarto quando sair da maternidade. O berço deve ter um colchão firme e os lençóis bem esticadinhos para evitar sufocamento”, explica Renata. “É importante que cada um tenha o seu espaço, por isso o bebê não deve dormir com os pais. Primeiro, não é seguro e, segundo, os pais precisam de privacidade, já que continuam sendo marido e mulher”, completa Claudionor da Silva, neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo.
9. Bebês fazem manha?
Não. Renata explica que, “quando eles choram, choram por algum motivo. Um bebê de 3 meses, cujo ego nem está formando, não pode controlar um adulto por meio da manha. A ideia de controle, por si só, é elaborada demais para um ser que ainda não tem o sistema nervoso maduro”.

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