quarta-feira, 22 de agosto de 2012

10 perguntas sobre parto


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Getty Images
 As contrações começam, a barriga fica dura, o colo uterino se dilata e um muco escorre. O próximo passo é o rompimento da bolsa. Tire suas dúvidas sobre esse momento tão esperado.

1. Há doenças que podem ser transmitidas pela mãe no parto?
Existem situações em que pode haver contaminação, todas controláveis. Contra a hepatite B, por exemplo, existe vacina, que precisa ser aplicada na criança em várias doses. A primeira é dada até doze horas após o parto, outra entre 1 e 2 meses e a última quando o bebê tiver 6 meses. Já a herpes genital, segundo a obstetra da Universidade Estadual de Campinas Eliana Amaral, só é transmitida se aparecer na mulher pouco antes do nascimento e no caso de parto normal, devido ao contato com a vagina. Daí, a conduta para barrar o contágio é a cesárea. Se a mulher for portadora de HIV, mas estiver se tratando, a chance de o bebê pegar o vírus é pequena. Além disso, os médicos indicam uma cesariana para evitar que a criança tenha contato com o sangue da mãe portadora.

2. O que é prolapso do cordão umbilical? Há danos para a mãe ou para o bebê?
O bebê deve estar bem posicionado no útero para nascer, ou seja, com a cabeça encostada no canal vaginal. Se isso não ocorrer, quando a bolsa se rompe o cordão pode ficar entre o bebê e o canal. E aí a própria criança é capaz de esmagar o cordão, impedindo a transmissão de nutrientes e oxigênio. Portanto, na verdade só ela corre perigo de vida. De acordo com o obstetra Abner Lobão Neto, da Universidade Federal de São Paulo, para resolver o impasse o médico coloca dois dedos na vagina da mulher, empurrado a cabeça do bebê para cima até ser feita uma cesárea.

3. O parto de cócoras é benéfico para a mãe e para o bebê?
Esse procedimento foi parar nos hospitais depois que especialistas observaram os hábitos das índias brasileiras, que têm seus filhos assim. Para o obstetra curitibano Moyses Paciornik, um dos primeiros médicos do país a defender o método, a posição é favorável porque abre o canal vaginal da mulher cerca de 28% a mais do que a postura convencional. “Para o bebê, o canal mais largo significa menor risco de lesões cerebrais”, diz.

4. O que se deve fazer quando a placenta não se descola totalmente?
O caminho a ser trilhado depende do tipo de parto. “Se isso ocorrer no normal, é preciso fazer uma curetagem — raspagem no útero para tirar a placenta”, diz o obstetra da Universidade de São Paulo Roberto Hegg. Na cesárea, é mais fácil identificar e corrigir o problema: deve-se removê-la manualmente e dar pontos no local onde ela estava para estancar o sangramento. Quando a placenta invade a parede do útero — o que é mais raro —, pode ser necessário retirar o órgão.

5. Por que os médicos, em geral, evitam fazer parto normal em mulheres que já fizeram cesarianas?
Isso não é uma verdade absoluta. “Se a mulher tiver feito só uma operação, é possível realizar parto normal, desde que a gestação seja bem acompanhada”, diz a obstetra Angela Parpinelli Mary, da Unicamp. “A partir da segunda cirurgia, os médicos desaconselham parto normal, pois há risco de ocorrer ruptura no útero.” O órgão fica frágil por ter sido cortado mais de uma vez no mesmo lugar.

6. Se a circulação sangüínea do feto é feita pelo cordão umbilical, como não há hemorragia na hora do corte?
Quando a criança nasce, os médicos amarram o cordão umbilical em duas regiões diferentes com pinças, interrompendo a circulação do sangue. O corte é feito entre esses dois pedaços presos. De acordo com o obstetra Alberto Dáuria, do Hospital e Maternidade São Luís, em São Paulo, se esse procedimento não fosse realizado, haveria mesmo chances de acontecer uma hemorragia.

7. Um parto natural mal realizado pode resultar numa futura cirurgia de períneo?
Sim, essa hipótese não está descartada. Num parto mal executado é possível ocorrer um rompimento da musculatura do períneo, o que obrigaria o obstetra a realizar uma operação corretiva. “Quando o médico vai realizar um parto normal, tem que levar em conta o tamanho do bebê e a estrutura do períneo da mulher”, esclarece a obstetra Mary Angela Parpinelli. Para evitar futuros danos, alguns especialistas fazem um pequeno corte preventivo, o que facilita a saída da criança e protege a mãe. Exercícios antes e depois do nascimento do bebê previnem o problema.

8. O que provoca o parto prematuro?
Vários fatores desencadeiam o parto antes do tempo. A mãe pode ter insuficiência istmo-cervical, ou seja, seu útero não segura direito o feto. O médico então costura o colo do órgão para que ele suporte o peso da criança até o fim da gravidez. O obstetra Abner Lobão Neto explica que infecções, sobretudo as urinárias, acidentes e estresse também são capazes de complicar a gestação. Outro agravante é o aumento excessivo do volume uterino, causado em gravidez de gêmeos ou de um bebê muito grande. Nesses casos, a mãe está praticamente fora de perigo, mas é possível que o bebê tenha hemorragias internas, pulmões malformados e infecções.

9. Qual é o parto ideal para as mulheres com mais de 40 anos e com pressão alta?
“Se a pressão for controlada e a gravidez transcorrer bem, não há restrição para o parto natural”, explica a obstetra Maria Celeste Wender, do Hospital das Clínicas do Rio Grande do Sul. Aos 40 anos, a dilatação não é tão fácil, mas isso não atrapalha mãe e filho. “A mulher pode entrar em trabalho de parto e decidir, com o médico, se faz ou não uma cesárea.

10. Após a cesariana, qual o tempo adequado para fazer musculação?
Depende do corte. Segundo Fernando Alves Togni, obstetra da Unifesp, se ele for horizontal, que é o mais comum, em três meses pode-se praticar exercícios. Já se a incisão for vertical, o início dessas atividades deve ser após seis meses. O útero leva um certo período para voltar ao normal e nessa etapa não é bom fazer esforço físico.

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